*Rangel Alves da Costa
Aqui sozinho, sem um pé de pessoa ao redor,
na solidão mais profunda que possa existir. Somente o som do teclado, apenas.
Nem chuva caindo tem. A solidão mais solitária que possa existir. Um silêncio
cortante, lancinante, ruim demais de se ouvir. Mas não tem nada não. E venha a
noite e seu negrume, e que venha a noite e sua escuridão. Não sei se vai ter
lua ame cima, estrelas brilhando, vento ou ventania. Também pouco importa
saber. A noite vem e não há o que fazer. Talvez um bom livro, um copo de vinho,
um noturno em piano ou uma sonata clássica. Mas nada disso me anima a fazer.
Talvez a vidraça adiante ou a abertura do portão. Olhar o mundo lá fora,
avistar a noite lá fora e depois retornar para a noite de cá, esta entre quatro
paredes. Deitar no sofá e ficar pensando e pensando. Não. Basta o que já chega
sempre precisar reabrir livros de relembranças e nostalgias. Uma verdade seja
dita, a noite cor assim de tamanha tristeza por um motivo maior: eu aqui e ela
lá. Distante, distante, distante...
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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