*Rangel Alves da Costa
De vez em quando sinto a mesma tristeza que o
menino Zezé sentiu quando cortaram seu pé de laranja lima. Quando perco coisas
cativadas no coração ou mesmo me sinto distanciado daquilo que tanto amo, então
é como o pé de laranja lima de minha vida estivesse sendo cortado. Nenhuma
saudade sequer se aproxima daquilo que se perdeu ou que distante está. Nenhuma
esperança de novamente ter faz com que a tristeza e a lágrima se dissipem. Por
isso mesmo procuro amar o máximo que eu possa amar. Por isso mesmo que preciso
cuidar com o máximo de carinho e atenção daquilo que temo um dia perder. Uma
flor de jardim, um bilhete antigo, uma roupa velha, um retrato em preto e
branco. Tudo isso faz doer quando de repente se perde. Imagine uma pessoa, um
amor, um convívio, uma vida. Não. Não quero que cortem o meu pé de laranja
lima.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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