*Rangel Alves da Costa
Talvez o sertão precise muito de mim. Há
tanta cultura renegada, há tanta tradição esquecida, há tanta história sendo
apagada. Talvez Poço Redondo precise muito de mim. Perante o nada feito, tudo o
que faço é como se um maravilhamento surgisse: Isso é no Poço, isso é do Poço?
Que coisa linda, que coisa grandiosa! Mas nada meu, nada de ninguém, e tudo da
cultura, tudo da história, tudo de um povo e sua raiz. O que faço é apenas
mostrar “nossas coisas velhas” como riquezas de incomparável valor. Daí, talvez,
a minha importância para Poço Redondo e para o Sertão. O que faço, então?
Apenas resgato a história sertaneja através da escrita, deixo grafado em textos
aquilo que a muitos, por estar envelhecido demais, já não interessa, vou
catando cacos de objetos e utensílios que contam a história do viver de
antigamente, vou revisitando os olhares de outros tempos e colocando-os para
exemplo do tempo presente. É assim que faço, além de haver criado e manter o
Memorial Alcino Alves Costa, espaço nascido precisamente para preservar tudo
isso acima relatado. Assim que ajo, assim que faço perante Poço Redondo e o
Sertão. E, talvez, minha única importância.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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