*Rangel Alves da Costa
Nas estradas distantes, nas lonjuras mais
longe do mundo sertão, há sempre um silêncio triste e de portas fechadas. Não
só as portas, mas também janelas. Tudo como se naquelas casinhas de cipó e
barro, naqueles casebres de tijolos nus, não restasse mais nenhum morador,
nenhum ser vivente nem dentro nem pelos arredores. Passando adiante, pelos
caminhos de chão ou mesmo de asfalto, logo uma tristeza danada envolve coração,
alma e sentimentos. Uma paisagem triste, desolada, ressequida pelas estiagens.
Um mundo outro dentro de outro mundo, e que é este tão ferozmente conhecido.
Então me pergunto: Onde estarão as pessoas, onde estão os meninos, onde estão o
cachorro e o gato? Mas nenhuma resposta. Miro adiante, fixo o olhar mais
demoradamente, sempre esperando um ranger de porta ou um abrir de janela.
Talvez um latido ou um barulho qualquer vindo de lá de dentro. Não há fumaça
nem cheiro de café torrado nem toucinho na brasa. Nada. Sigo adiante e vou
deixando aquele mundo solitário, silencioso e triste, sempre de portas e
janelas fechadas.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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