*Rangel Alves da Costa
As pessoas sempre desejam que a gente seja
segundo suas vontades, e tentam, a todo custo, moldar nosso jeito de ser e
nossas atitudes. Como se não houvesse espelho na alma nem na parede, procura
avistar no outro uma imperfeição que se nega a enxergar em si mesmas. Claro que
é impossível não avistar o que se passa ao redor e até mais adiante. E a
crítica deve ser feita mesmo. Contudo, o que não pode haver é querer sempre
enxergar o que se passa do lado de fora e esquecer as sujeiras e as velharias
que estão do lado de dentro do próprio ser. O outro é para ser visto, apreciado
e criticado quando necessário, mas nunca como espelho de contentamento para que
pedras sejam jogadas a todo instante. Antes de tudo, até de olhar para o outro,
a pessoa deve recolher-se a si mesma, avistar-se na alma, sentir-se na pele e
no passo, para depois, talvez, dizer que a estrada seguida por outro não
deveria ser aquela ou que as atitudes tomadas estão sempre errôneas. Tudo como
se a voz da perfeição e o olhar da perfeição ditassem a vida e o mundo.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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