Rangel Alves da Costa*
O sertão sergipano está em festa: as
trovoadas chegaram. Desde o início da semana que nuvens carregadas vinham se
espalhando pelos céus sertanejos e de uns dois dias pra cá as chuvaradas
começaram a cair. Chuvas fortes, acompanhadas por relâmpagos e trovões,
riscados e ribombos, como numa canção tão desejada por uma gente sofrida. Ao
menos por enquanto, a seca devastadora vai dar lugar ao tanque cheio, ao
barreiro transbordante, à fonte jorrando água por todo lugar. Ainda não há
comida nos pastos, pois tudo estava esturricado demais, mas não demora muito e
os brotos começarão a surgir. Matar a sede e a fome do bicho, encher o homem de
esperança por dias melhores. E logo sonhar com a terra semeada, com as sementes
brotando, com a vida renascendo nas plantações sertanejas. O homem sertanejo
merece essa felicidade. Sua sina não é de sofrimento, padecimento ou dor, mas
simplesmente viver as dádivas da existência. Só que tendo de vencer desde o sol
ao fogo.
Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com
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