Rangel Alves da Costa*
Até onde o olhar alcança? Certamente que tá o
infinito. Os olhos, mesmo fechados, avistam o que bem desejar, enxergam o que
querem encontrar, se distanciam em limites que vão além do além. Não há
fronteira no olhar nem distância de visão. Nem mesmo a cortina que se fecha no
horizonte servirá como limite de avistamento. Ora, os olhos não apenas veem,
não apenas enxergam, mas principalmente sentem, encontram, desafiam os
sentimentos. Os olhos avistam o que está ao redor, mas também o que se
distancia além da linha do horizonte. Os olhos enxergam a flor do jardim, mas
também todas as flores do mundo. Basta saber que o olhar não mire e se volta
unicamente ao objeto de visão, mas sua retina, o seu brilho e o seu âmago,
transpassam as imagens e começam a criar outras visões. Até onde enxergam os
olhos de saudade, ou os olhos pranteados pela partida de alguém, ou ainda os
olhos desejosos de avistar um arco-íris? Distante, além, muito distante. A
pessoa apenas olha, permanece onde está, mas seu olhar já não é o seu: o
distante, o desconhecido ou imaginado, sempre o chama a novas experiências.
Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com
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