Rangel Alves da Costa*
Não é aricuri não, gritava a velha Titonha.
Que nada, o nome certo é ricuri, remedava a outra. Já outra dizia que as duas
estavam erradas, pois tenha certeza que o nome era uricuri. Mas chegava o
sabichão e tentava apaziguar a situação: Nem aricuri, ricuri ou uricuri, pois o
nome certo mesmo é coquinho. Então as três se juntavam para contestar: Que
nada. Você não entende nada de coquinho e muito menos de aricuri, ricuri ou
uricuri. Coquinho é um coco miúdo pequeno, e não esse que a gente tá falando.
Esse é tão miudinho que a gente tem o maior trabalho do mundo pra quebrar. E
não há no mundo quem não machuque os dedos quebrando o aricuri, ricuri ou
uricuri. Se não machucar não tem graça. Também haveria de ser assim, pois não
sei o que a pessoa pensa em encontrar dentro de um piquititinho daqueles. Um
trabalho danado pra quebrar e depois não encontra quase nada por dentro. É
preciso duas pencas quebradas pra dar um bocadinho, que nem a boca enche. Sei
que é bem melhor quebrar um coco de verdade e depois se empanturrar na sua
carne macia e gostosa. Aí sim, aí vale a pena quebrar coco pra comer.
Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com
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