*Rangel Alves da Costa
Sim, não há como negar, a Justiça brasileira
é a mais injusta das justiças. Os fatos estão como provas, as ordens judiciais
estão aí como provas, os julgamentos estão aí como provas, a condução de
processos está aí como prova. Uma justiça de companheirismos, de compadrismos,
de clientelismos. Se tais fatos acontecem na mais alta corte da justiça
brasileira, que se imagine perante as instâncias inferiores. Ministros que
zombam do povo, que brincam com a suposta seriedade da casa da qual fazem
parte, que decidem de modo tão avultoso que causa espanto e insegurança em toda
sociedade. Como é que um ministro, comprovadamente tendencioso, pois mantendo
laços de profunda amizade com os réus, de repente manda soltá-los, mesmo com
todas as provas exigíveis à manutenção da custódia. E achando pouco ainda
desfaz de outro julgador que decretou a prisão. E ainda achando pouco, só para
dizer que achava pouco o disparate por ele mesmo cometido, ainda estendeu o
alvará de soltura a outros presos enjaulados no mesmo esquema de corrupção. E
não obstante, e ainda achando muito pouco, foi para frente dos microfones
macular a imagem do julgador de instância inferior, dizendo que o rabo quer
abanar o cachorro. Uma mesma justiça que outro dia decidiu que a prisão já pode
ser expedida após o julgamento em segundo grau, mas que agora já vai repensar
seu próprio entendimento. E por quê? Ora, simplesmente por que o recurso de um
ex-presidente está em vias de julgamento. E o mesmo poderá ser preso. Então,
mudando o entendimento, garante-se a liberdade mesmo após a condenação nas duas
primeiras instâncias. Absurdos assim que apenas comprovam a sem-vergonhice
brasileira até mesmo onde se esperava seriedade. Que Justiça é essa?
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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