*Rangel Alves da Costa
O coração pede coisas singelas para a sua
felicidade. As grandes alegrias e as grandes conquistas também povoam o âmago
de felicidade, mas não como o prazer encontrado somente em momentos simples,
singelos, afetuosos. O coração se encanta, maravilha-se, agradece toda vez que
os passos caminham em direção aos pequenos poemas adiante e os olhos procuram
avistar as poesias presentes nas coisas e nos lugares menos desafetados. Eis
que o coração pede um abrir de janelas ao amanhecer, pede um passeio pelas paisagens
ao redor, pede um diálogo com passarinhos, pede em encontro com borboletas e
colibris. O coração se compraz e se contenta com o alto da montanha, com a
igrejinha distante, com a natureza em flor. O coração pede, quase que implora,
um gole de água fresca na fonte, uma escrita na areia, um instante de silêncio
e reflexão nas pedras do cais. O coração se povoa de luz perante a palavra do
idoso, perante a sabedoria da velhice, perante o abraço ao humilde. O coração
não quer muito, não deseja estar perante vitrines e pratarias, não quer estar
perante o luxo e o requintado, pois deseja apenas a felicidade nas coisas
simples. O coração quer a palavra íntima e o silêncio, a reflexão e a
compreensão, o entendimento da vida pelas simples e singelas realidades. O coração
quer amar o esquecido, o que ninguém dá importância, o que é sempre negado pela
frieza de outros corações. O coração quer o sorriso na alma, e não apenas na
boca, quer a imensidão de um Deus que é tudo, e não apenas um Deus do acaso e
uma fé de momento. Não tenho um coração tão feliz assim, pois muito necessito
encontrar para a sua felicidade. Mas hoje mesmo lembrei-me de você e fiquei
feliz. E sorri por dentro, no coração. Assim os acontecidos que nos engradecem.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário