*Rangel Alves da Costa
Poço Redondo, sertão sergipano. Noutros
tempos, já desde mais de semana que o forró comia no centro. Ali sim, era uma
Festa de Agosto mesmo, amada e respeitada. Gente chegando no lombo do burro, em
cima de jegue, em carro-de-boi, por riba de cavalo alazão e até de pangaré. Pão
de Açúcar, Serra Negra, Delmiro, Piranhas, Paulo Afonso, visitante de todo o
sertão e de mais distante. Em toda casa havia uma ninhada de amigos, de
visitantes, de gente chegada afoita por um bom arrasta-pé, um autêntico forró
pé-de-serra, um chinelado de estremecer salão desde o amanhecer à madrugada
seguinte. Zé Aleixo, Zé Goití, Dudu Ribeiro, Agenor da Barra, Didi e até
Raimundinho. No Salão da Prefeitura, no Bar de Delino, na Casa de Veinha, no
Bar de Missião, por todo lugar. Também os bailes no mercado, as orquestras e as
bandas renomadas: Embalo D, R Som 7 e Dissonantes, quem não recorda? E de
repente vinha Heleno Silva de Monte Alegre, mais conhecido como Boca Rica, e
hoje um famoso pastor, dando uma de cantor. E cantor de música
internacional: “There was a place that I lived/ And a girl, so young and fair/
I have seen many things in my life/ Some of them I'll never forget/
Everywhere... Oh my mistake…”.
Mas que saudade agora, saudade grande do amigo Miltinho. Quanta falta você faz
este homem ao sertão forrozeiro. E quanto mais a festa se mostra como está mais
a gente sente falta. Que saudade grande, que saudade de tudo.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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