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A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Palavra Solta - saudade da festa de agosto


*Rangel Alves da Costa


Poço Redondo, sertão sergipano. Noutros tempos, já desde mais de semana que o forró comia no centro. Ali sim, era uma Festa de Agosto mesmo, amada e respeitada. Gente chegando no lombo do burro, em cima de jegue, em carro-de-boi, por riba de cavalo alazão e até de pangaré. Pão de Açúcar, Serra Negra, Delmiro, Piranhas, Paulo Afonso, visitante de todo o sertão e de mais distante. Em toda casa havia uma ninhada de amigos, de visitantes, de gente chegada afoita por um bom arrasta-pé, um autêntico forró pé-de-serra, um chinelado de estremecer salão desde o amanhecer à madrugada seguinte. Zé Aleixo, Zé Goití, Dudu Ribeiro, Agenor da Barra, Didi e até Raimundinho. No Salão da Prefeitura, no Bar de Delino, na Casa de Veinha, no Bar de Missião, por todo lugar. Também os bailes no mercado, as orquestras e as bandas renomadas: Embalo D, R Som 7 e Dissonantes, quem não recorda? E de repente vinha Heleno Silva de Monte Alegre, mais conhecido como Boca Rica, e hoje um famoso pastor, dando uma de cantor. E cantor de música internacional: “There was a place that I lived/ And a girl, so young and fair/ I have seen many things in my life/ Some of them I'll never forget/ Everywhere... Oh my mistake…”. Mas que saudade agora, saudade grande do amigo Miltinho. Quanta falta você faz este homem ao sertão forrozeiro. E quanto mais a festa se mostra como está mais a gente sente falta. Que saudade grande, que saudade de tudo.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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