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A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



domingo, 5 de novembro de 2017

Palavra Solta - comer o que, viver de que?


*Rangel Alves da Costa


A situação brasileira e do brasileiro - ao menos da maioria - está difícil demais. Além de cotidianamente ter de amargar as novas e repetidas notícias de um poder putrefato, ladrão e prostituído, também tem de suportar no corpo e na alma as consequências dos descalabros e das mazelas governamentais. Nunca se viu tanta carestia, nunca se viu tanto aumento de preço, nunca se viu tanta diminuição no poder de sobrevivência. Logo chegará ao ponto de um pobre não poder comprar mais o gás de cozinha, tendo que passar a usar fogão de lenha ou de carvão. Quem tem carro já não consegue abastecê-lo com a quantidade de combustível de dias atrás, pois novos aumentos a cada dia, e tendo agora que se deslocar para os afazeres por outros meios de transporte ou mesmo a pé. Quem vai à feira ou ao mercadinho, sempre volta com menos produtos, com menos compras, pois os aumentos abusivos impedem a aquisição até mesmo do mínimo necessário. Uma roupa é um luxo, um calçado também. Significa dizer que a pobreza retornou aos lares e o povo já não tem mais o que fazer diante dessa terrível situação. Pelos matos não há mais caça, as lenhas estão escassas, a sobrevivência ao deus dará. As mãos de esmolas se acumulam e se somam, os olhos do sofrimento são cada vez mais avistados. E o pior que é uma realidade que tende a aumentar em sofrimento, desesperança e desilusão. Assim num país que nada mais se pode fazer. Não pode mais comer, não pode mais adoecer, não pode viver com a mínima dignidade. À pobreza, apenas o nome de gente. E gente nasceu para viver assim?


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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