Chegarei à tua janela levando um buquê de
rosas vermelhas. Baterei à tua porta levando um buquê de orquídeas. Gritarei
pelo teu nome tendo à mão um punhado de flores do campo. Deixarei rente à tua
porta um entrelaçado de jasmins e violetas. E sempre com um bilhetinho dizendo:
a ti, afeto e flores. Nunca beijei a sua boca, nunca abracei o seu corpo, num
recebei um amoroso olhar, nunca recebi uma esperança apaixonada. Também nunca a
chamei de meu amor, de minha namorada, de minha paixão. Mas por que assim, por
que buquês, rosas e outras flores, para alguém descompromissada vive ao
coração? Ora, apenas pelos afetos, apenas pelos carinhos, apenas pelos gestos
fraternais. Flores e buquês não são dados apenas àquela que beija a boca,
àquela que é chamada de meu amor. Flores e buquês são dados pelo gesto de
carinho perante o outro. São pequenos afetos que reacendem a singeleza e a
significação maior do viver. Por isso que passo à tua janela e deixo flores,
chego à tua porta e deixo rosas. Sei do teu contentamento, sei do teu brilhando
a cada encontro ao amanhecer. E esta felicidade que me deixa feliz. E
igualmente com afetos e flores no coração.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário