*Rangel Alves da Costa
Depois de muitos anos, somente de uns dias
pra cá é que passei a ter noites sem sol. Antes era muito diferente, muito
contrastante com as noites sem sol que tenho agora. “Oh cálido poente que nunca
escurece o ensolarado dia do iluminado amor. Oh silencioso poente que mesmo
abrasado nunca se deixou em cinzas nem apagado pelo amor vivido...”. Como era
bom viver o dia e anoitecer como se debaixo do clarão estivesse. Tudo à minha
frente, na nitidez do inquieto e exigente olhar. “Oh tua face que me chegava em
luz debaixo da escuridão da noite e de repente tudo se iluminava como seu
estrelado olhar. Oh minha amada que consigo trazia toda a chama da vida e todo
o luzir do amor no seu passo noturno em minha direção...”. Noites assim, noites
que chegavam e passavam como noites luzidias, clarificantes, brilhosas. Noites
de amor, noites de desejos e de querer. E agora, o que tenho agora senão a
noite anoitecida e tão retinta em negrume? Meu pensamento já não acende a luz.
A lua já não traz sua luz. Apenas a noite. Sem sol. Sem o teu sol.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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