*Rangel Alves da Costa
O sol sempre nasce suave. Ao amanhecer o dia,
sua primeira luz é apenas de poesia. Sua primeira aparição é apenas de
encantamento. Sua primeira floração é de verdadeira magia. Mas depois, com o
passar do tempo, tudo vai esquentando, afogueando, abrasando. Começa o calor,
começa a quentura, começa a queimação. Mas ainda o mesmo sol, apenas
transformado pela temperatura do instante, pois tudo refrear com o aparecimento
do tempo nublado ou das nuvens de chuvas. Assim também com as pessoas. Estas
amanhecem suaves, meigas, doces, cativantes. Depois vão ficando amargas,
embrutecidas, arrogantes, intragáveis. Por isso mesmo quem dera que a janela
que se abre ao sol não refletisse tanto na alma das pessoas, em sues espíritos,
nos seus ânimos de vida. Seus temperamentos vão muito além da mudança do clima.
Transformam suas atitudes como um sol aberto, de fogo e brasa. E por isso
sempre tornam em labaredas tudo o que está ao redor. E nem a lua mais tarde
surgida, consegue aplacar as fúrias da insensatez. É preciso adormecer para as
cinzas chegarem. Mas o sol humano, quase sempre implacável, logo levantará.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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