*Rangel Alves da Costa
Ledo
engano. O Brasil não vive uma crise institucional entre os poderes, não vive
uma crise de moralidade político-administrativa, não vive crise alguma. E de
repente um redemoinho que vai levando tudo que encontrar ao redor. Não há mais
respeito pela repartição dos poderes. Cada poder se imiscui no outro naquilo
que lhe aproveita. O Senado não está nem aí para ordem vinda do Supremo, o
Supremo julga pela pessoalidade e não pela legalidade, o que lhe retira a força
necessária para ordenar o fiel cumprimento de sua ordem. O Ministro Marco
Aurélio criou a “lei da voz das ruas” para afastar Renan da presidência do
Senado, e Renan usou do poder de mando para não obedecer. A briga tá feia, mas
diferente seria se o Supremo Tribunal não se intrometesse tanto nos demais
poderes e estes demais poderes zelassem com maior hombridade pelo respeito à
Nação e ao povo, não permitindo que lamacentos até o último fio de cabelo
presidissem, por exemplo, instituições tão importantes à vida de todos. Marco
Aurélio julga pela sua razão, Gilmar Mendes diz que julgou errado. Renan diz
que ordem judicial é pra ser cumprida, mas não cumpriu a ordem do Supremo. Já
se fala em anular a decisão de Marco Aurélio, passando para outro ministro uma
nova decisão, o que somente ocorreria quando Renan terminasse seu mandado como
presidente do Senado. As forças se confrontam. A lei vaga pelo redemoinho.
Ninguém mais sabe quem é quem neste país de desordem. É lei, mas não é lei. É
ordem judicial, mas pode ser descumprida. E assim tudo vai espelhando a nossa
realidade mais vívida: badernou geral. E a dimensão da lista da Odebrecht ainda
nem foi anunciada. São oito páginas de lama pura, da corrupção mais fétida e
ratazeira. Que paisinho, hein?
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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