*Rangel Alves da Costa
Toda vez
que chove eu choro de saudade. Toda vez que choro sempre está chovendo. Em toda
saudade uma chuva caindo. Toda vez que chove eu também sou chuva. Toda vez que
é chuva eu também despenco da nuvem do olhar. Toda vez que sou nuvem de chuva
sou muita saudade. Toda saudade que é nuvem vai chover em mim. Toda vez que
chove eu me molho inteiro. Toda vez que choro me lanço em enxurrada. Toda a
saudade que choro se faz correnteza. Toda vez que a saudade é chuva se faz
aguaceiro. Mas quando a saudade é grande o mundo desaba. Então não sou chuva
nem pingo de chuva, não sou aguaceiro nem sou enxurrada, sou a fúria da
natureza do pranto, sou a força que devasta a alma. Sou temporal, sou
tempestade. Sou uma saudade sem fim. Sou a falta de você em mim.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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