*Rangel Alves da Costa
Adiante
apenas um sol no seu entardecer, nos seus instantes de despedida. Apenas um sol
completando o seu percurso do dia e se preparando para a partida, para a
despedida. E todos os dias a mesma cena, à mesma hora, perante os mesmos
limites do horizonte. Para muitos, até tanto faz que seja assim ou não.
Contudo, para outros, momentos ansiosamente aguardados, esperados como se fosse
alimento ao espírito. Estes, com espírito e alma moldados no sentimentalismo e
na sensibilidade, encontram grandiosos significados no sol em sua última
transformação antes de partir. Não é apenas um sol que se vai, não é apenas um
afogueamento para depois em brasas e cinzas se transformar, mas instantes
mágicos, míticos, profundos, áureos, de elevada sublimação. Não apenas um sol
que queima e se dilui em dourado e fogo e se vai em réstia, mas um verdadeiro
encantamento nas mais íntimas e profundas percepções. Eis que o entardecer
sintetiza a Fênix chamejante a se consumir para renascer na manhã seguinte. Mas
nem todos avistam, sentem, percebem assim. Somente aqueles que têm olhar e
sensibilidade. É, pois, o olhar e a sensibilidade que fazem o pôr do sol.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário