*Rangel Alves da Costa
Um gato preto e um medo. Um gato preto e um
caminho. Um gato preto de repente cruzando o passo da caminhada. O azar, o
azar. Um gato preto surgindo ao olhar como a mais terrível das criaturas. Com
ele o atraso, a derrota, o afastamento da sorte. O infortúnio, o nada
acontecer. Mas ele é apenas um gato, um gato preto. Tudo possui sua cor, e a
dele é preta. Nada mais que isso, um bichano tantas vezes sem rumo que não vê
outra saída senão cortar o caminho do homem. Um felino de cor preta que vai
passando com um animal doméstico qualquer. E sua cor, antes de ser o negrume do
infortúnio, pode ser branca, marrom, cinza, de negro retinto. Apenas um gatinho
que tanto necessita de carinho, de afeto, de compreensão. Ademais, o bicho
perigoso cruzando caminhos não é o gato ou qualquer outro bicho, mas o animal
humano, o bicho humano. Este não só atrasa a vida do próximo como a dizima.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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