*Rangel Alves da Costa
Os corações solitários se fecham em suas
noites para a nostalgia e o amor em memória. Tudo na relembrança dos tempos
idos e seus perfumes noturnos, das taças e cálices esperando mais uma bebida,
de luzes brandas avermelhadas escondendo as faces sofridas. Amores e paixões do
anoitecer ao amanhecer, esperas e desesperanças ao cintilar da lua, caminhos de
volta no cansaço da solidão. Os tempos são outros. Os bares, botequins, cabarés
e casas noturnas fecharam as portas. As vitrolas já não cantarolam os boleros
apaixonados. O cheiro de perfume e limão, de hálito carregado e suores
etílicos, já não existem na noite. Apenas noites de solidão e saudades de um
tempo que se foi sem deixar seus rastros. E por isso, nos escondidos da noite,
entre paredes e portas fechadas, apenas a solidão de copo à mão e o passo ébrio
querendo dançar enquanto a boca molhada pela lágrima que desce, se abre para
cantarolar: Siempre que te pregunto que, cuándo, como y donde. Tu siempre me
respondes quizás, quizás, quizás. Y así pasan los días y yo, desesperado. Y tú,
tú contestando quizás, quizás, quizás. Estás perdiendo el tempo pensando,
pensando. Por lo que más tú quieras hasta cuándo? Hasta cuándo? Y así pasan los
días y yo, desesperado. Y tú, tú contestando quizás, quizás, quizás.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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