*Rangel Alves da Costa
Noites
tigresas. Cuidado, muito cuidado, com as noites assim. Noites escondidas,
ocultas, camufladas, prontas para o ataque. Noites de labirintos e de olhos
vermelhos. Noites famintas e perigosas. Noites de tigres e muito mais de
tigresas. Debaixo das luas ou das medonhas escuridões, de repente os ataques. E
também de repente os corpos lanhados, embebidos, marcados, sugados, fragilizados,
molhados, suados, extasiados pelas noites tigresas. Ânsias e desejos nas noites
assim. Agonias e prazerosos espantos nas noites felinas. Desejos incontidos e
prazeres revelados nas selvas noturnas. Noites de tigres e muito mais de
tigresas. Noites de garras sedentas e lábios vermelhos, de unhas pintadas e
perfumes em enxurradas, de sede voraz e de devassidões permissivas. E por trás
dos labirintos, dos tufos de panos, dos quartos entreabertos, dos escondidos
devassos e das camas desfeitas e encharcadas, as presas e os predadores em
rituais animalescos. Um brado na noite, um grito, um berro. O que será? São as
tigresas debaixo da lua, no meio da rua, na cama que é tua.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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