*Rangel Alves da Costa
Realmente existe o lobo mau, aquele que pega
criancinha pra fazer mingau. Lobo mau que se esconde nos labirintos para
assustar os viajantes. Lobo mau que de repente surge com unhas afiadas e garras
pontudas e vai logo avançando por cima de qualquer um. Mas nem o lobo assim é
completamente lobo mau. A maldade não nasce no ser ou com o ser. Vai sendo
gerada a partir de razões até difíceis de explicar e entender. E assim por que
o lobo bom pode muito bem se transmudar em lobo mau. A bondade certamente foi
ferida por alguma maldade, fazendo com que o humanismo cedesse lugar à
bestialidade. Incompreendido, vai continuar fazendo maldades até que seja
reconhecido no seu outro lado, na sua feição bondosa. E mesmo que continue
lobo, será lobo tão bom que se deseje tê-lo como amigo. Na verdade, nada dizem
a aparência e as garras de lobo. Há necessidade de se conhecer o homem e o seu
lobo. Ou se conhece ou a vida continuará uma floresta de medos. Ou se conhece
ou o lobo continuará sendo evitado como o mais maldoso e malvado dos lobos.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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