Singelo mundo meu
Singelo mundo meu
tão singelo quanto a moringa na janela
o alguidar sobre a mesa envelhecida
e o fogo de chão de brasa morta e triste
há um velho banco debaixo do umbuzeiro
e lá proseio a vida com cigarro de palha
e de lá avisto o céu estrelado em noites de lua
e depois estendo a rede para sonhar com a paz
sinto um cheiro bom de café torrado
não há sino badalando mas há prece e oração
acendo o candeeiro e depois ligo o radinho
para ouvir uma velha canção de doce saudade
eis o singelo mundo meu
tão singelo quanto a lua pela fresta da cumeeira
e a ventania trazendo folha seca até minha janela
para depois dormir e amanhecer sem pressa de nada.
Rangel Alves da Costa
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