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sábado, 25 de fevereiro de 2017

Palavra Solta – noturnos de solidão


*Rangel Alves da Costa


Não adianta chorar. Não adianta sofrer. O destino não é de ninguém, apenas do destino. Errôneo é imaginar que tudo acontece segundo o desejo próprio. No outro lado está o outro e o próprio destino. Sim, o fato aconteceu, a tristeza veio, o chão parece que vai desabar. Fingir não adianta. O que se esconde é apenas a verdade. Não há outra coisa a fazer senão enfrentar a realidade. Ainda que lanhando a pele ou apunhalando o peito. Dói demais perder, principalmente quando a perda não carrega em si motivo suficiente. Do sofrimento ninguém pode fingir, da saudade também não. O que se tem a fazer é não definhar como folha de outono ou apenas se deixar levar pela ventania. Mas quando tudo demais além da conta, também não adianta apenas virar a página. Rasgá-la de vez será a única forma de não mais encontrar diante de si o escrito da dor em um nome.
  
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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