*Rangel Alves da Costa
Não quero num amanhã da posteridade uma rua
com meu nome ou uma estátua em praça. Não quero num amanhã que o meu nome
esteja em órgão público ou numa placa qualquer. Não quero num amanhã que o meu
nome seja lembrado por algum administrador de modo e o meu nome seja
dignificado em qualquer coisa. A bem dizer, não quero reconhecimento forjado em
nada. Não preciso que o meu percurso de vida seja reduzido a placas ou nomes
gravados em metais ou paredes. Para a posteridade quero apenas a eternidade. E
tudo conseguido pelo que faço agora. Minha estátua será a recordação que eu
possa deixar. Minha placa será o meu feito reconhecido na vida. Meu nome
grafado será aquele da memória dos que restarem além de mim. Nenhuma recordação
deixarei se nada fizer agora. Nenhuma memória boa será cultivada se apenas
passo na vida sem semear os bons frutos. Nada de mim restará, sequer no dia
seguinte à partida, se de mim nada restou que mereça ser relembrado. Mas por
que já sou eterno desde agora? Por que jamais deixei que o meu passo fosse
apagado pelo vento ou pela ventania. Por onde passo não deixo atrás migalhas de
pão. Deixo o que fiz e faço. Deixarei, assim, a minha eternidade no que fiz e
plantei para jamais ser esquecido. Eis a imortal eternidade.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário