*Rangel Alves da Costa
Já faz muito tempo que o sertão está tão
guarnecido de milho verde num período junino. Em menor quantidade, mas nunca
faltou milho na fogueira de Santo Antônio, São João e São Pedro, porém vindo
dos lotes irrigados existem numa faixa sertaneja. Este ano a situação se
mostrou diferente. Mesmo que os lotes continuem produzindo em grande
quantidade, também a terra molhada de chuva fez frutificar a melhor e mais
famosa iguaria junina. Aqueles produtores que acreditaram em inverno bom, que
as chuvas não faltariam neste período, acabaram tendo bons resultados. E o que
se vê é o milho em profusão pelos campos e também à venda pelas estradas.
Aqueles que plantaram mais tarde, somente colherão nos meses seguintes, mas
outros que se anteciparam agora estão lucrando com a venda por todo lugar. Em
diversos pontos no trecho rodoviário que liga Poço Redondo a Canindé de São
Francisco, no alto sertão sergipano, é possível encontrar milho novo, na palha,
colhido no mesmo dia. Não faz muito que quatro espigas eram vendidas a dois
reais, já na tarde deste dia de São João, eu comprei setenta e cinco espigas a
dez reais. Quer dizer, o preço barateou muito, e isso exatamente pela fartura,
pela grande quantidade de milho ofertado. Então, quem gosta de milho assado na
fogueira ou cozido em fogão de lenha, certamente se fartará. E nisto a certeza
que os incas, maias e astecas, tinham razão: não há alimento mais rico e mais
substancioso que o milho. Então que venha mais uma espiga. E tanto faz se
assada ou cozida. O sabor e a gostosura são os mesmos.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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