*Rangel Alves da Costa
Ninguém é dono do Português, da Gramática, da
Ortografia. Ninguém é tão sabichão que nunca erre. Língua é liberdade. Então
escreva, escreva, escreva. Expresse ao seu modo o que lhe vem à cabeça e tem
vontade de dizer. Escreva, escreva, escreva. De qualquer jeito, escreva...
Paroxismos, encontros vocálicos, concordâncias, ditongos, tritongos, hiatos,
até parece que a língua deve ser inacessível ao povo. Ora a língua é do povo e
não da gramática, que tem o poder de se expressar, e do modo que lhe aprouver,
é o povo. Sintaxes, mesóclises, conjugações verbais, expressões que sempre
tentam inibir a força e a linguagem do povo. O que há de errado em “nós vai”,
em “a gente fomos”, em “dor de estambo”, em “espinhela caída”, em “zóio meloso”,
em “coração parpitante”? Preciosismo ou frescura demais exigir de um povo uma
forçada linguística, filologia ou seja lá o que for. O doutor da linguagem está
na luta, no suor, na lide do dia a dia, e não na normatividade da língua ou no
cultismo da linguagem. Ademais, não existem palavras erradas. O erro está em
quem exige um amoldamento ao que foi criado e forjado para inibir a livre
expressão popular.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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