*Rangel Alves da Costa
Amo amar minha amada. Amo o amor que sinto
pela minha amada. Depois de tantos versos e prosas pela estrada, eis que enfim
encontrei a poesia na minha amada. Estrofes perfeitas num livro escrito a cada
dia. Rimas e desacertos, mas ainda assim na doçura do amor sentido. Ora, não há
beleza maior que sentir-se adolescente, menino apaixonado, que já na estrada
sentir que estar colhendo as flores jamais avistadas noutros idos e noutros
jardins. Por isso amo tanto amar minha amada.
Que doces estranhezas são os destinos.
Sozinho pelos caminhos de cada dia, apenas seguindo sem levar buquê à mão ou
versos à boca, de repente uma cor diferente é avistada ladeando a estrada. O
amor surgido em pequena pétala de flor, uma pequena flor do campo maravilhando
o olhar e despertando sentimentos ao coração quase inerte de desencanto. Quando
me aproximei daquela pequena flor, daquela rubra flor, logo avistei o amor.
Menina bela, suave, perfumada, de lábios encantadores, de olhos de mar e terra,
de corpo perfeito. Ali a minha amada, ali a minha amada.
Avistei a pequena flor do campo, amei,
enamorei, apaixonei, mas segui adiante sem muito acreditar que tão forte e
profundamente já amava. Eu queria, eu queria aquela flor. Eu sentia a necessidade
de ter aquela flor pra mim. Mas segui adiante para logo retornar com a pressa e
a avidez dos apaixonados. Reencontrei minha pequena flor ainda mais bela, ainda
mais linda, ainda mais encantadora ao meu olhar e ao meu desejo de mais amar. A
ela perguntei se comigo seguiria ao meu jardim e ela silenciou. Mas sorriu. E
no sorriso a certeza de que já era minha. E ainda hoje esta flor, esta tão bela
flor, está comigo desde o alvorecer ao anoitecer, adentrando as madrugadas de
luas e estrelas apaixonadas.
Hoje confesso o quanto foi maravilhoso
esperar que o destino me mostrasse aquela pequena flor. Hoje confesso que nunca
valeu tanto a pena esperar quanto essa espera para o melhor encontro. Hoje
estou amando, enamorado, apaixonado. Hoje tenho comigo não só a flor como todo
um jardim ao meu lado e dentro de mim. Num corpo de mulher a pétala e a
fragrância, o brilho viçoso e o perfume, a beleza da flor e sua magia. E seu
corpo abraço e seus lábios eu beijo como se da carícia houvesse a necessidade
de a todo instante re nascer pelo amor. Por isso confesso ainda:
Doces são os lábios de minha amada. Delicioso
pomar é o corpo de minha amada. Nuvens e céus, estrelas e luas, mares e
horizontes, revoadas e entardeceres, sóis e arrebóis são os olhos de minha
amada. Plumas, asas, sopros, asas de borboletas e colibris, perfume de brisa do
alvorecer, são as palavras de minha amada. Conforto e segurança, encorajamento
e prazer, repouso e tentação, tudo à presença de minha amada. Sou feliz quando
estou assim, quando me sinto assim, quando sou todo assim.
E ela é linda, é bela, é formosa como a flor
mais bela. Morena clara e tingida de sol, feição nativa na maior formosura e
simplicidade. Olha pra mim de um jeito diferente, pois também palavra e
sorriso. Aproxima-se de mim e então as portas e janelas se abrem para a
primavera mais perfumada. Beijo-te a face, beijo-te a boca, beijo-te os
cabelos, beijo sua saudade, quando distante de mim está. E ao teu lado deito,
ao teu lado amo, adormeço, sonho, viajo, e retorno sempre aos teus braços.
E ao ouvido digo baixinho: Te amo! E sempre
repito: Te amo, te amo!
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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