*Rangel Alves da Costa
Espero sempre a brisa boa, a aragem fresca, o
sopro suave e amigo. Mas nem tudo chega conforme o desejado. De repente, do
nada, e as janelas e portas se abrem para terríveis ventanias. Tudo chega assim
tão temeroso quanto os vendavais, as tormentas, as furiosas tempestades, os
furacões, as rajadas incessantes de ventos vorazes. Mas que fiz eu para de
repente ficar assim sem abrigo em meio deserto? Que fiz eu para ficar sem teto
e desabrigado logo em instante de fúria tamanha? Que fiz eu para, fragilizado
assim, simplesmente servir como folha seca perante a voracidade do inesperado?
Mas não há respostas nem explicações. Sempre queremos a brisa boa, sempre
queremos o frescor do entardecer, sempre queremos a paz, a tranquilidade, o
conforto da alma. Mas eis que as ventanias surgem vorazes. E tudo fazem para
nos levar. Resta-nos buscar na força interior, espiritual e de fé, a
permanência em meio ao mundo de fúrias.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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