Errante
Embaixo dos meus pés
um mundo que ficou para trás
e tanto que quero olhar
e não vejo mais nunca mais
nem minha bola de gude
nem a carreira nos matos
nem banho nu no açude
cadê a vidraça quebrada?
cadê o boizinho de barro?
cadê o olhar na estrada?
e quanto eu queria ver
mocidade ao amanhecer
a bela menina que amei
o belo amor que me dei
antes da vida entardecer
e quem dera enxergar agora
de tudo que restou em mim
uma estrada para seguir errante
antes que a noite venha
antes que chegue o fim.
Rangel Alves da Costa
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