Rangel Alves da Costa*
Já são mais de cinco da manhã. O galo já
cantou desde muito. Muitas coisas do dia já estão envelhecendo. As frutas do
pequeno pomar se esparramam pelo chão do quintal. Os ovos que nasceram
quentinhos já estão desaquecidos abaixo do poleiro. Os pássaros já voejaram, já
chegaram e já partira, já cantaram e já silenciaram, mas voltarão alegres e
cantantes. As roupas estendidas ao anoitecer se embalam com a ventania no
varal. E você ainda deitada, dormindo ou postergando o despertar. E você ainda
imaginando que o relógio pode esperar um pouquinho, que a manhã pode esperar um
pouquinho, que tudo pode esperar um pouquinho. Levanta, vai. Abra a janela para
sentir o sol da manhã. Abra a janela para o novo dia, para o sorriso e para a
alegria. Abra a janela para o canto novo, para o sopro novo, para a esperança
nova. Abra a janela para sentir a vida, para abraçar a natureza ao redor, para
beijar o raio de sol que a espera no umbral na janela. Então acorde, levante,
abra a janela, abra a porta do quintal, se abra para a manhã. Depois da prece o
encontro com o encanto dessa hora do dia, pois a primeira manhã é única na construção
do restante do dia. É nela que se alicerça a felicidade do dia. E da vida.
Então acorde, então levante e abra a janela para sentir o sol da manhã.
Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com
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