Rangel Alves da Costa*
Os caminhos são tão imprevisíveis como o
destino humano. Por mais que se deseje seguir numa só direção, por mais que
haja um endereço certo para chegar, por mais que tudo faça para não perder o
rumo da estrada, ainda assim tudo pode mudar a partir do primeiro passo. Ora,
os caminhos são do tempo, da vida, do mundo. Ora, os caminhos não pertencem aos
caminhantes, não estão ao dispor do passo, não se abrem segundo o desejo de
cada um. Ora, o s caminhos possuem curvas, labirintos, margens desconhecidas,
viajantes indesejados que surgem, perigos e ameaças. Ora, os caminhos são
abertos e, como tal, passíveis dos mais alegres e dos mais tristes
acontecimentos. Há flores e árvores sombreadas, há fruto maduro e água fresca
de fonte, há uma brisa que sopra festiva, alegre, serena. Mas também os
espinhos, as pedras, as armadilhas, o sol, a poeira, o cansaço, os olhos nos
escondidos das margens, tudo que amedronta a caminhada. Mas os caminhos foram
feitos para ser seguidos. Algum dia na vida a pessoa bota o pé diante da porta,
dá o primeiro passo e ao longe vai. Para onde vai? Nunca há a certeza para onde
se vai. As distâncias nascem dos caminhos curtos e o além pode ser alcançado
num passo. Os olhos avistam ao longe, os passos querem seguir adiante. Talvez o
horizonte adiante seja bem melhor. Ou ter de fazer mais tarde o caminho de
volta, até novamente partir. E seguir para nunca mais retornar. Apenas na
saudade, apenas na saudade...
Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com
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