Rangel Alves da Costa*
Infelizmente, verdadeira é a assertiva
segundo a qual depois da alegria vem a tristeza, depois do sorriso vem o
sofrimento. Nada mais do que já escrito no Livro do Eclesiastes: Tudo tem o seu
tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de
nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se
plantou; Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de
edificar; Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de
dançar; Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar,
e tempo de afastar-se de abraçar; Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de
guardar, e tempo de lançar fora; Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar
calado, e tempo de falar; Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e
tempo de paz (3:1-8). Então, como sorrir se depois do sorriso chegará a
tristeza, o sofrimento, a melancolia? Eis os dolorosos limites do homem. Sua felicidade
não pode ser completa nem prolongada, seu instante de paz não poderá ir além da
certeza do que virá. E depois tudo se refazendo no mesmo ciclo. Verdadeiramente
não sei quais forças de compensação para as tantas tristezas que se acumulam.
Será a plenitude do sorriso feliz? Mas não quero sorrir assim. Não quero tal
felicidade. Para novamente abraçar o sofrimento, melhor sequer o sorriso de
mais tarde, de amanhã, de um dia.
Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com
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