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terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Palavra Solta: às vésperas do Natal


Rangel Alves da Costa*


Já às vésperas do Natal e mais parecendo uma época qualquer, comum demais. Recordo-me bem que não só estes dias como o todo o mês de dezembro eram muito diferenciados do que se tem agora. Dezembro chegava sempre esperançoso, melancólico, cativante. O espírito do Natal estava em todos os lugares, na feição das pessoas, nas relações. Um tempo de cartões natalinos, de calendários e folhinhas, de ruas enfeitadas e lojas apinhadas de gente. Não só as compras dos presentes como dos produtos para os preparativos da ceia. As harpas ecoavam, as músicas natalinas saíam pelas janelas, árvores brilhavam iluminadas, tudo numa verdadeira festa ao olhar e ao coração. Mas agora está muito diferente, nem parece que o Natal se aproxima. As pessoas não passam com embalagens de presentes, os perus, os chesters e os pernis já não são adquiridos na constância de outrora, os enfeites rarearam, praticamente não há mais presépios, os coros angelicais silenciaram. E as pessoas tristes, cabisbaixas, melancólicas por outras razões. Não há meios de compras, tudo encareceu demais, os salários já sumiram no início do mês, há uma quebradeira geral. Então, numa situação assim, feliz o que? Apenas a esperança. Esta nunca morrerá nos corações ainda cheios de fé e divindade. E o que nos resta viver.


Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

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