Rangel Alves da Costa*
Que me desculpe os proibidos de se deliciar,
mas todo doce é gostoso, principalmente se doce de coco. Qualquer doce, seja
cocada dura, cocada mole, cocada branca, cocada baiana, cocada mexida no tacho,
quebra-queixo, mudinha, doce de coco misturado, doce de coco de coco verde,
doce de coco de qualquer jeito e de qualquer coco. Sou verdadeiramente
apaixonado pelo danado do doce de coco. Mesmo não sendo aconselhado a tal, sou
guloso demais. E daqueles que não gosta de formalismos nem etiquetas, de
pouquinho numa xícara ou tantinho numa pequena vasilha. Gosto de muito. Desde
os tempos idos que vivo catando doce de coco nas janelas de minha cidadezinha
no sertão sergipano. As doceiras de Poço Redondo são famosas, mas está cada vez
mais difícil encontrar um doce tão bem feito que a vontade de mais não pare de
cessar. Mas encontrei uma bem na Praça da Matriz. Na janela da doceira pode se
avistar a delícia maior do paraíso. Não sei o mistério nem a receita, mas a
verdade é que o doce fica num ponto tal que nem é cocada nem doce, apenas
gostosura. Outro dia, avistei a doceira e prontamente encomendei uma forma
inteira. Trinta reais somente. Na manhã seguinte já estava ao meu dispor. E
logo fui metendo a colher sem medo nem limite. E da mesma forma Padre Mário,
convidado a almoçar, após o regabofe meteu a colher e saboreou à vontade, sem
pecado algum. Juro que já estou de água na boca. Sábado que vem encomendarei
outra forma assim que chegar por lá. E o regime que vá beber água. Logicamente que
depois de saborear a gostosura.
Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com
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