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quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Da aldeia aos caminhos do mundo (Poesia)


Da aldeia aos caminhos do mundo


Ainda vejo-me no tracejar da vida
partindo de minha distante da aldeia
caminhando por terras desconhecidas
até chegar numa casa sem porta
num interior sem sombra e sem voz
e ali ter de repousar em busca de saída

o meu povo chorou quando parti
o meu povo talvez soubesse de tudo
por isso estou com saudade do meu povo
e a minha lágrima se resguarda aflita
para chorar a alegria daquele meu povo
quando eu aparecer novamente na estrada

por desilusão o mundo me fez caminhar
mas que mundo é este de nada encontrar?
o meu povo me pediu para não partir
mas neguei a raiz e neguei a semente
e cheio de ilusão pensei em ter outra vida
sem saber que toda a vida vive na aldeia.


Rangel Alves da Costa

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