*Rangel Alves da Costa
Admitamos, ninguém é normal. Também admitamos
que por trás das máscaras estão as loucuras, as insanidades, as doidices, as
amentalidades. E igualmente reconheçamos que o mundo é uma camisa-de-força, um
divã atordoado, um hospício sem porta de saída. Porra! É bom comer pedra, mas
deixando um pouquinho pro outro. Tem gente que quer beber veneno e não encontra
uma gota sequer. Todo mundo já bebeu tudo. Ora, nada de falar sozinho. É preciso
gritar, bradar sozinho. Pelas calçadas e praças e a maior gritaria, mas tudo na
normalidade da vida. Sim, correr atrás de cachorro para morder e de cobra para
picar. Tomar banho de paletó e andar nu. Ninguém tem fome, vez que muita areia
e muita grama para comer. Nada de sexo. A coisa que mais dá prazer é se roçar
em urtiga e cansanção. E não pode haver felicidade sem que esta se revele na
lágrima, na dor, no sofrimento, na agonia. Por que o mundo é assim, e as
pessoas do mundo também. A moça engravida do vento porque o rapaz prefere
namorar a folha seca que cai. Por isso que sempre vive sozinho. Cada folha que
cai desaba um mundo de solidão.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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