*Rangel Alves da Costa
Existem
amores e amores, como diria o outro. Aliás, o filósofo, lá nas distâncias do
tempo, já dizia que não há verdadeiro amor senão aquele que compraz a inteireza
do ser, e não apenas o coração. Daí uma certeza: o amor amoroso, passional,
relacional, de um para o outro, é plenamente evitável, senão desnecessário. Em
primeiro lugar, por que o amor meramente verbal não existe. Em segundo lugar,
por que o dito amor surgido de relacionamento não passa de ilusões, de quimeras
e fantasias. Em terceiro lugar, por que o amor, ou o verdadeiro amor, é tão
grande que não pode ser esquecido com um término de namoro ou o fim de um
matrimônio. Não significa, porém, que da união persistente e duradoura não vá
vingando o amor verdadeiro, pois o convívio vai enraizando de vez todo o mútuo
querer. Acentue-se, porém, que basta comparar o amor de filho, de pai, de mãe,
de sinceros e bons amigos, com aquele amor floreado para a compreensão da real
distinção. O amor, pois, é aquele compartilhado no sangue, na raiz, no querer,
no gostar, na certeza de que não precisa de palavras para ser conhecido. O amor
do afago de mãe, da lição do pai, da mão do amigo, daquele que amorosamente se
entrega em contentamentos e lágrimas.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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