SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Palavra Solta - amar?


*Rangel Alves da Costa


Existem amores e amores, como diria o outro. Aliás, o filósofo, lá nas distâncias do tempo, já dizia que não há verdadeiro amor senão aquele que compraz a inteireza do ser, e não apenas o coração. Daí uma certeza: o amor amoroso, passional, relacional, de um para o outro, é plenamente evitável, senão desnecessário. Em primeiro lugar, por que o amor meramente verbal não existe. Em segundo lugar, por que o dito amor surgido de relacionamento não passa de ilusões, de quimeras e fantasias. Em terceiro lugar, por que o amor, ou o verdadeiro amor, é tão grande que não pode ser esquecido com um término de namoro ou o fim de um matrimônio. Não significa, porém, que da união persistente e duradoura não vá vingando o amor verdadeiro, pois o convívio vai enraizando de vez todo o mútuo querer. Acentue-se, porém, que basta comparar o amor de filho, de pai, de mãe, de sinceros e bons amigos, com aquele amor floreado para a compreensão da real distinção. O amor, pois, é aquele compartilhado no sangue, na raiz, no querer, no gostar, na certeza de que não precisa de palavras para ser conhecido. O amor do afago de mãe, da lição do pai, da mão do amigo, daquele que amorosamente se entrega em contentamentos e lágrimas.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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