*Rangel Alves da Costa
Se eu te chamo para seguir em frente e você
fica por querer ficar, nada mais posso fazer se eu já distante e você gritar. E
toda vez que você disser “oi”, eu vou responder só “oi”. Se eu estendo a mão e
aponto a melhor estrada, mas o seu passo prefere a encruzilhada, nada mais
posso fazer se eu já parti e você ficou na estrada errada. E toda vez que você
disser “oi”, eu vou responder só “oi”. Se minha palavra já não é ouvida e você
só presta atenção em outra voz perdida, nada mais posso fazer se quiser falar e
a minha lição já estiver adormecida. E toda vez que você disser “oi”, eu vou
responder só “oi”. Se eu questiono, indago e quero saber, e você finge nada
perceber e no silêncio fica sem nada dizer, então outra pergunta não vai
merecer. E toda vez que você disser “oi”, eu vou responder só “oi”. Se
precisamos conversar e você não quer escutar, se tanto tenho a dizer e você
sempre deixa pra lá, nenhum outro diálogo entre nós restará. E toda vez que
você disser “oi”, eu vou responder só “oi”. E apenas “oi”. Sem jamais dizer,
como no refrão da música, “te amo”, “te amo”, “te amo”.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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