Rangel Alves da Costa*
Como diz o poema, João ama Maria, que ama
José, que ama Lourdes, que não amava ninguém... Aquele ama aquele outro, que
corresponde ou sequer reconhece ser amado. Assim mesmo no amor, pois sempre
entremeado de junções, distâncias, correspondências e ausências. O amor que faz
cegar de paixão, que mortifica a alma, que faz padecer o espírito, ou amor
loucura, um desamor ao verdadeiro sentido de amar. O amor de paquera, de
piscada de olho, de fruta presenteada, de buquê de flores à janela, de poemas
em meio pedaço de papel, de sonhos e fantasias. E como é bom amar assim. O amor
de aceitação, de troca, de comunhão, de beijos, abraços, desejos maiores, de
chamas que nem sempre são contidas. O amor de saudade, de falta pela ausência,
de permanência pela despedida, de luto e melancolia. Mas também o amor pela
natureza, pela liberdade, pela manhã que nasce, pelo sol que surge e se põe. O
amor pelo pássaro, pelo papagaio de criação, pela roupa velha, pela chuva que
cai, pela semente que brota, pelas pequenas e singelas coisas da vida. Um amor
imenso, enorme, grandioso e lindo como o de Zezé pelo seu pé de laranja lima. E
sua lágrima nos olhos e na boca porque cortaram seu amiguinho de diálogo e
fantasia. Um amor tão significativo e verdadeiro que supera até mesmo o mais
bem elaborado conceito de amar.
Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com
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