Rangel Alves da Costa*
Alguém já disse que enxergamos não como são
as coisas, mas como queremos que as coisas sejam. Quer dizer, distorcemos as
realidades por força de nossos desejos, nossos quereres, nossas pretensões. Por
mais que seja um dia ensolarado, de repente insistimos em dizer de um dia
nublado, chuvoso, muito diferente de sua realidade. Por mais que conheçamos um
fato e sua verdade, pode surgir um interesse maior em distorcê-lo
completamente, transformando uma certeza em algo discutível. Por mais que
amemos, que nos confessemos amantes, que nos ajoelhemos implorando seu
merecimento, ainda assim comumente negamos nossos corações, nosso interior.
Triste, lamentável que assim aconteça, mas a verdade é que moldamos tudo ao
nosso modo, pintamos tudo com nossas próprias paisagens, fotografamos tudo
perante nossa própria lente impositiva. Por consequência, somos maus artesãos,
maus pintores, maus retratistas. E tudo seria diferente com a aptidão de
recursos muito simples ao ser humano: humildade, compreensão, sinceridade. Ora,
uma manga é uma manga. Mangaba é outra coisa. Uma pinha é uma pinha. Um
pinheiro é outra coisa. A vida é a vida. A morte é seu inverso. E o amor sempre
será aquilo que brotar no coração. E que não se possa negar.
Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com
Um comentário:
Bom dia, Rangel. Acho que todo undo é um pouco (ou muito) assim!
Também me vejo com essa mania de tirar conclusões e acabar criando verdades que não são bem verdades... porém, eu consigo aterrisar. Muita gente não consegue.
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