Rangel Alves da Costa*
Não há nada mais entristecedor que depois de
tudo pronto, ensaiado, testado, confirmado, de repente dê tudo errado na
avenida. Assim pode ocorrer com as escolas de samba, sejam aquelas do grupo
especial ou do grupo de acesso. Os desfiles comprovam os pequenos ou grandes
detalhes que dão errado e que acabam prejudicando não só a apresentação, mas o
trabalho de um ano inteiro. Como se sabe, logo após cada desfile já se inicia
os preparativos para o ano seguinte. Não há cessar ou descanso nas escolas de
samba. Trabalha-se para o desfile das campeãs, para o aproveitamento de material
para o futuro enredo, para consertar os possíveis erros verificados. Daí que o
barracão se transforma em colmeia, os artistas criam e recriam obras geniais,
os componentes ensaiam, os surdos são afinados, os carros alegóricos e os
estandartes são sempre revistos para que absolutamente nada possa sair em
desconformidade. Então, depois do último ensaio, após os últimos arranjos serem
providenciados, chega a hora e a vez do grande momento. E então, por um caso
fortuito, eis que os problemas começam a acontecer. De repente, na hora de
entrar, um carro alegórico fica emperrado numa lateral, falta iluminação ou as
alegorias e adereços dão sinais de desacerto. Mas já será tarde demais, pois a
escola tem de passar assim mesmo. Surgem as lágrimas, os desalentos, as
tristezas infindas, os sofrimentos. Assim o destino das escolas de samba na
avenida. A sorte deve ser sempre seu componente principal.
Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com
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