Rangel Alves da Costa*
Chega-se a conclusões estranhíssimas imaginar
de onde vem a raiz familiar, principalmente se houver consideração que o
passado consanguíneo não acaba no bisavô ou no tataravô. Nesse passo, certo é
que o avô do avô também será consanguíneo, igualmente o tataravô do tataravô,
até a raiz primeira. Mas onde estará a raiz primeira? No caso brasileiro, nos
portugueses, nos indígenas, nos negros, e nas gerações destes. No caso do
português, que tem sangue europeu, então logo se supõe as distantes brumas na
raiz familiar. A verdade é que, neste sentido, não se pode afirmar de uma
família fechada, acabada, partindo de uma geração e prosseguindo adiante, pois
o laço familiar é sempre mais longo do que se imagina. E não seria errôneo
dizer que sou parente de reis, de piratas, de mercadores, de conquistadores, de
sanguinários, de todo tipo de gente que existiu ou possa existir. Contudo, o
mesmo não corre se se deseja delimitar famílias pelos seus sobrenomes. Ainda
assim tudo muito distante, no além-mar e além-fronteiras, pois o Alves é o
mesmo Álvares, o Rodrigues é o mesmo Roriz, e assim por diante. E sobrenomes
colonizadores, vindos das distâncias e de raízes desconhecidas.
Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com
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