Rangel Alves da Costa*
Em tempos difíceis, tempos de negação, de
pessimismos e descrenças, muitos abdicam mesmo da esperança, da fé, de tudo
aquilo que lhe dê suporte espiritual para justificar a existência e para os
enfrentamentos da vida. Em tempos assim, quando tudo se torna ao desvão, surgem
as fragilidades, os sofrimentos, as tristezas, as angústias. Parece nada dar
certo, e não dá mesmo, pois falta a chama que mantem acesa a própria vida. E
tal chama está na fé, no acreditar, na religiosidade, na crença de uma força
superior que nunca desampara. Contudo, muitos se afastam da fé sem atentar para
suas consequências. O mundo urbano - sempre tão apressado, modista e impessoal
- vai tornando o sujeito como ateu de si mesmo, vai levando o indivíduo a se
valer somente dos acasos. E Deus, e a fé, e a religiosidade? Ora, Deus está
naquele que sabe ter fé, que continua com fé, que faz da fé sua esperança e
sustentáculo de vida. Não por acaso que as pessoas interioranas, principalmente
nas regiões mais remotas, são mais felizes, mais esperançosas, mais crentes na
possibilidade das grandes realizações. Simplesmente porque cativam e cultivam e
cultivam a religiosidade, porque fazem da fé um instinto de permanência e uma
necessidade constante do espírito e da alma.
Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com
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