*Rangel Alves da Costa
Vivo a solidão, mas talvez eu verdadeiramente
não saiba o que seja solidão. Será uma casinha de portas fechadas? Será uma
flor solitária de beira de estrada? Será a pedra perdida no meio do tempo? Será
a moça triste que se debruça à janela? Será o soluço aflito ouvido de dentro de
um quarto? Não sei. Sei que estou muito sozinho agora. Mas isso também não é
solidão. A solidão seria se eu, afastado do mundo, de repente estranhasse a
ausência de tudo. Porém não estranho mais nada. Não há quem ouça minha voz, não
há quem eu possa olhar, não há quem sente adiante para um proseado. Talvez seja
solidão. Mas não é não. Tudo sempre assim. Todo dia é assim. No vácuo, no
vazio, no caos. Mas aprendi a ser assim. Dói. Mas sempre assim.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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