Rangel Alves da Costa*
A natureza possui uma lógica própria. O
homem, imaginando poder vencê-la, vai agindo em surdina e pensando que não
haverá qualquer consequência na sua ação. Silenciosa, calma, humilde, a
natureza finge que a tudo suporta sem nada fazer. Imagina-se a passividade, o
tanto faz da ação humana. Mas ledo engano. Quando o homem já está esquecido de
sua nefasta ação, então, de repente, a natureza vai mostrando sua resposta. E
isso pode levar dias, meses, anos, uma duração inimaginável de tempo. E desse
modo o rio vai aos poucos perdendo sua força ao longo das margens sem mata. E
não dura muito para sumir de vez. E desse modo o calor vai ficando cada vez
insuportável sobre a terra. Por quê? Ano após ano o homem vem desmatando,
dizimando floresta, arrancando todo pé de pau. Sem arvoredo que resista à
inclemência do sol, sem a proteção natural e verdejante do solo, basta o sol
bater e se espalhar como fornalha acesa. Assim também com a extinção das
espécies da fauna e da flora, com as águas avançando pelas regiões costeiras,
pelos tsunamis e outras catástrofes, pelas enxurradas de lama que engolem
cidades e vidas. Basta um olhar ao passado e fácil será encontrar uma razão
para que tudo aconteça assim. E a mão do homem sempre será avistada como
responsável por toda destruição do seu próprio ambiente natural. Mas a natureza
renasce, desperta, retoma seu lugar no planeta. Enquanto o homem, sempre
pagando pelos tantos erros, apenas vai passando como poeira ao vento.
Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com
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