Rangel Alves da Costa*
O mundo está mesmo às avessas. O nome do
mundo agora é medo, medo, medo? A vida agora é medo, medo, medo? Tudo agora é
violência, violência, violência? Como viver nesse mundo/medo em meio a uma
vida/medo e onde tudo é terror, sangue, dor, sofrimento, aflição, espanto,
desgraça, tristeza, lágrima, morte? O que fizeram daquele mundo do Criador e
dado ao homem para viver em paz, harmonia, amor e fraternidade? O que fizeram
daquele mundo de homem racional, responsável pela sua própria sobrevivência,
humilde e partícipe das conquistas do próximo? Será que, de uma vez por todas,
expurgou-se de todo coração o amor, a sensibilidade, a compreensão, os bons
sentimentos? Não, a sociedade não desperta assustada depois de sonhos ruins ou
pesadelos terríveis. Não, a população não está fantasiando o mundo que não é o
seu nem uma vida que não é a sua. Não, ninguém está inventando nada, dizendo
por dizer sobre mais um atentado, sobre mais catástrofe humana e ecológica,
sobre mais veias abertas e sangue jorrando por todo lugar. Não, o homem não
está mentindo, é tudo verdade, é tudo realidade. Na dor, a constatação: o mundo
desumanizado sangra, a vida insensibilizada sofre, o ser inocente simplesmente
morre.
Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com
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