*Rangel Alves da
Costa
Quando o
advogado e professor Jouberto Uchôa de Mendonça, então um visionário no setor
educacional sergipano, fundou o Colégio Tiradentes na Rua Laranjeiras, num
prédio acanhado e de pouco estrutura, certamente não imaginaria que pudesse
alcançar a glória atual. Com efeito, sua estrutura educacional de hoje, e que
responde pelo nome Universidade Tiradentes, constitui-se num conglomerado de
ensino, regionalizado e com atuação em diversas áreas e níveis educacionais.
Quando, já
na Rua Lagarto, o professor Uchôa decidiu não mais oferecer ensino de primeiro
e segundo graus e passar a atuar somente como faculdade, estava dando o
primeiro passo para o reconhecimento da instituição como universidade e, daí em
diante, expandir sua atuação de modo vitorioso e essencial para a educação
superior sergipana. Mesmo continuando com base no centro da capital, a
estrutura conhecida como Campus da Farolândia foi a consecução do grande sonho
do grande empreendedor educacional.
Contudo,
ainda não seria o ápice, pois o professor Uchôa logo buscou ultrapassar
fronteiras e expandir a atuação da Unit nos principais polos regionais de
Sergipe e em seguida pelo Nordeste. Hoje, indiscutivelmente, a Unit se
constitui num referencial de educação superior brasileira e oferece múltiplas
modalidades de cursos, presenciais e a distância, com quadro profissional
qualificado e já desde muito responsável pela formação de grandes nomes da
magistratura, da educação, da cultura e da sociedade sergipana em geral.
Diante de
tal quadro, não há como deixar de reconhecer que a Unit está destinada a
progredir cada vez mais, a avançar cada vez mais na educação brasileira.
Exemplo disso é a atuação em diversos estados nordestinos, o aumento das
modalidades de ensino, o crescimento do número de alunos e a perspectiva de
tornar-se presente em cada município sergipano. Ademais, esmera-se na
qualificação docente, nos modernos laboratórios, nos centros de práticas
profissionais de primeiro mundo.
Então,
haveria de se indagar: Por que a Unit está em crise? Ora, a afirmação da crise
é da própria instituição de ensino. Fato é que enviei ofício à instituição,
endereçada à própria reitoria, solicitando apoio/colaboração/patrocínio para um
evento que estou organizando e que será realizado no dia 17 de junho próximo,
através do Memorial Alcino Alves Costa, na cidade de Poço Redondo, no sertão
sergipano.
O evento,
denominado 1º ENCONTRO DE DESCENDÊNCIA DO CANGAÇO, consistirá numa vasta
programação cultural, que se prolongará durante todo o dia, e contará com a
presença dos descendentes de ex-cangaceiros e ex-coiteiros, bem como de
historiadores, palestrantes, convidados e toda a população sertaneja, com a
apresentação de grupos folclóricos e muitas outras atrações culturais. Será uma
forma de reunir, num dia de congraçamento, parentes daqueles cangaceiros e coiteiros
que enveredaram no bando de Lampião e que, na sua luta, também escreveram a
saga sertaneja e nordestina. Saliente-se ainda que Poço Redondo foi a povoação
que mais filhos deu ao bando do líder maior do cangaço.
Pois bem,
para a realização de tal evento buscou-se, dentre outros órgãos e entidades, a
colaboração da Unit, através de patrocínio, que o negou através da
Coordenadoria de Mídia e Produção, e com a seguinte justificativa: “Diante das
circunstancias atuais do País, a Educação privada vêm sofrendo bastante com
isso, então, não poderemos patrocinar o 1º Encontro de Descendência do Cangaço,
conforme oficio enviado a reitoria 02/2016. Tivemos a necessidade de realizar
alguns cortes em nosso orçamento, e o trabalho/investimento institucional da
Marca, ficaram para um segundo momento. Desde já agradecemos seu interesse em
nos ter como patrocinador e desejamos sucesso no evento”.
Eis a resposta
enviada para a Unit, de forma até inesperada, pois anteriormente a assessora
telefonou para este organizador do evento e disse que enviaria email e na
resposta ao mesmo fosse incluído cartaz, programação ou quaisquer outros
documentos que consubstanciasse a solicitação. Contudo, o primeiro email
enviado já chegou com o selo da negativa.
Lamentável
que assim tivesse ocorrido, pois o reitor da Unit é pessoa com ampla atuação
cultural, educador por excelência, imortal na ASL, coautor de livros sobre a
História e a Geografia sergipana, e que sempre primou pelo incentivo às
manifestações culturais sergipanas. Ademais, trata-se de uma universidade, de
um centro de transmissão do conhecimento e do saber. Contudo, comercializa sua
atuação ao negar patrocínio sob a justificativa de crise. E, no caso,
verdadeiramente inexistente.
E ao
comercializar, apenas procura usufruir de forma capitalista, sem proporcionar a
devida retribuição à cultura, à história sertaneja. Repita-se: trata-se de uma
universidade. Um universo do conhecimento que nega apoio à cultura sertaneja.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
Ex-aluno do Colégio e da
Faculdade Tiradentes
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