*Rangel Alves da Costa
Há na
solidão o verdadeiro encontro do ser consigo mesmo. Há na solidão a paz do
silêncio, o instante do encontro, o espelho revelado no pensamento. Há na
solidão aquele momento tão procurado e jamais encontrado perante o convívio com
os humanos. Há na solidão a voz interior, a palavra e a resposta, o espanto e o
reconhecimento. Há na solidão o verdadeiro despertar para os esquecidos, para a
rememoração, a relembrança e as nostalgias. Há na solidão um chamado à vida,
pois nela a releitura das páginas escritas e a possibilidade de aprendizado das
lições, dos erros e dos acertos. Há na solidão o olhar que encontra o que quer
avistar, o passo que caminha por onde deseja caminhar, a lágrima que cai sem
motivo algum, ou mesmo o sorriso que ressurge sem qualquer percepção. Há na
solidão o afastamento do indesejado, o distanciamento dos espinhos
propositados, a ausência de um mundo que não se deseja ter. Há na solidão algo
assim como um renascimento, um novamente nascer para o instante seguinte e para
a vida inteira, pois dela ninguém sai sem haver refletido e meditado sobre si
próprio e o sentido da vida. É, pois, uma solidão boa. E tão boa que é difícil
de ser encontrada e vivenciada no lugar certo e na hora certa.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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