*Rangel Alves da Costa
Menina
minha, a saudade é tanta que nem consegui escrever. Minha mão treme, meu
coração se agita, meus olhos nublados de tristeza e lágrimas se perdem nas
linhas. Tenho medo que cada letra vá sendo molhada de uma lágrima que eu não queria
chorar. Mas choro de saudade, de muita saudade de você Maria. Espero que esteja
bem e sempre contando os dias para o meu retorno. Quero logo retornar. Não
suporto mais viver aqui nesse mundo feio quando tenho a mais bela flor como meu
amor. Assim que eu retornar, já no dia seguinte vai deixar de ser minha
namorada e se tornar minha esposa, nem que a gente se case debaixo de um
juazeiro e tendo um amigo para benzer a gente. Levo par de alianças e um
perfume dando de cheiroso, também outros presentinhos que você vai gostar. Vivo
arrumando e desarrumando a mala, sempre marcando e desmarcando a viagem. Mas
não suporto mais ficar aqui. Como cheguei, sei que vou retornar, cortando
estrada até chegar aí. Dois dias e duas noites de viagem. É muito longe, mas
nada como atravessar a porteira e novamente encontrar você. Vai ter forró e
cerveja assim que eu voltar. Mas enquanto eles farreiam a gente namora, e
namorar tanto que a gente vai se esquecer do tempo. E sem perceber a gente já é
marido e mulher. Com fé em Deus vai ser assim. E logo. Com fé em Deus. Um beijo
Maria. Um beijo grande de quem tanto te ama. O seu amado João.
Obs. João
sequer imaginava que ela, a sua Maria, já estava até buchada de outro.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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